segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O TEMPO




Um autor desconhecido escreveu certa vez que a alegria, a tristeza, a vaidade, a sabedoria, o amor e outros sentimentos habitavam uma pequena ilha.



Certo dia, foram avisados que essa ilha seria inundada.




Preocupado, o amor cuidou para que todos os outros se salvassem, falando:



Fujam todos, a ilha vai ser inundada.



Todos se apressaram a pegar seu barquinho para se abrigar em um morro bem alto, no continente. Só o amor não teve pressa.



Quando percebeu que ia se afogar, correu a pedir ajuda.

Para a riqueza apavorada, ele pediu: Riqueza, leve-me com você.



Ao que ela respondeu: Não posso, meu barco está cheio de ouro e prata e não tem lugar para você.




Passou então a vaidade e ele disse: Dona Vaidade, leve-me com você...



Sinto muito, mas você vai sujar meu barco.



Em seguida, veio a tristeza e o amor suplicou: Senhora Tristeza, posso ir com você?



Amor, estou tão triste que prefiro ir sozinha.



Passou a alegria, mas se encontrava tão alegre que nem ouviu o amor chamar por ela.



Então passou um barquinho, onde remava um senhor idoso, e ele disse:



Sobe, amor, que eu te levo.



O amor ficou tão feliz, que até se esqueceu de perguntar o nome do velhinho.



Chegando ao morro alto, onde já estavam os outros sentimentos, ele perguntou à sabedoria:



Dona Sabedoria, quem era o senhor que me amparou?



Ela respondeu: O tempo.



O tempo? Mas por que ele me trouxe aqui?



Porque só o tempo é capaz de ajudar e entender um grande amor.



* * *



Dentre todos os dons que a Divindade concede ao homem, o tempo tem lugar especial.


É ele que acalma as paixões indevidas, ensinando que tudo tem sua hora e local certos.



É ele que cicatriza as feridas das profundas dores, colocando o algodão anestesiante nas chagas abertas.



É o tempo que nos permite amadurecer, através do exercício sadio da reflexão, adquirindo ponderação e bom senso.



É o tempo que desenha marcas nas faces, espalha neve nos cabelos, leciona calma e paciência, quando o passo já se faz mais lento.



É o tempo que confirma as grandes verdades e destrói as falsidades, os valores ilusórios.



O tempo é, enfim, um grande mestre, que ensina sem pressa, aguarda um tanto mais e espera que cada um a sua vez, se disponha a crescer, servir e ser feliz.



E é o tempo, em verdade, que nos demonstra, no correr dos anos, que o verdadeiro amor supera a idade, a doença, a dificuldade, e permanece conosco para sempre.



* * *



Neste mundo, tudo tem a sua hora. Cada coisa tem o seu tempo.



Há o tempo de nascer e o tempo de morrer. Tempo de plantar e de colher.


Tempo de derrubar e de construir.



Há o tempo de se tornar triste e de se alegrar. Tempo de chorar e de sorrir.


Tempo de espalhar pedras e de juntá-las.



Tempo de abraçar e de se afastar.



Há tempo de calar e de falar. Há o tempo de guerra e o tempo de paz. Mas sempre é tempo de amar.





Autor:
Redação do Momento Espírita, com base no texto História de amor, de autoria desconhecida e no cap. 3, versículos 1 a 8 do livro Eclesiastes, da Bíblia, ed. Paulinas. Disponível no CD Momento Espírita, v. 5, ed. Fep.

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